29 de julho de 2008

Egberto Gismonti, no teatro do Sesi

O Centro Cultural Sesi promove alguns eventos culturais, por preços bem populares, e que realmente valem a pena.
Esse domingo, assisti Egberto Gismonti, em um desses eventos. Já o conhecia de nome mas, nunca tive a oportunidade de vê-lo.
Por 10 reais, essa era a oportunidade.
De cara, já faço uma crítica.
Esse teatro do Sesi é péssimo para shows. É o terceiro que vejo e em todos eles saímos desapontados. Ou o técnico de som é desqualificado, ou não disponibilizam verba para compra de equipamentos descentes, ou é pura safadeza mesmo, pois pagamos barato e não podemos exigir. Eu fico com todas as possibilidades.
Isso ficou ainda mais evidente nesse show, pois ele tocou apenas com o filho dele, e não com uma banda.
Meu namorado disse para eu me preparar, pois estava prestes a ver um dos melhores músicos do mundo!
Eu acho os músicos sujeitos engraçados. Com ele não foi diferente. Um senhor de protuberância estomacal, cabelos brancos na altura da cintura e um lenço, vermelho, claro. Achei fantástico. Parecia um cigano ou coisa que valha.
O filho dele é um garoto franzino, óculos e bigodinho de cobrador, daquele tipo de músico bem nerds mesmo.
Começando com um violão que tinha um número enorme de cordas. Talvez 8, preciso conferir.
Indiscutivelmente um grande músico. Porém a perfeição técnica de vez em quando abafa a musicalidade. E ai passa a ser um show exclusivamente para o ego artístico, ou para uma platéia de músicos.
Depois de alguns pedidos para o técnico de som, arrumar o agudo, que não estava saindo, o que o deixou visivelmente irritado, chegando a sair do palco para conversar e deixou o filho em frente à platéia, e ele parecendo que estava com prisão de ventre musical*, decidiu tocar piano.
E ainda fez uma piadinha " Ah sim, o piano tem agudo!!!". Mal sabia que não haveria graves.
Toda a musicalidade que achei faltar no violão, ele demonstrou no piano.
Foi lindo!
Valeu a pena.
Pretendo vê-lo em algum lugar que, tenham graves e agudos em harmonia, e aconselho a fazerem o mesmo.



* Prisão de ventre musical: Estado do qual o músico encontra-se tão preocupado em tocar técnico, que esquece da música em si. O som sai portanto prensado, sem musicalidade, como se estivesse travado, daí a expressão.

27 de julho de 2008

Montanha-russa

Acordou naquele dia com uma vontade particular de arrumar suas coisas.
Tirou velhas fotografias do álbum, recolheu seus diários de adolescente, e cartas de amores passados.
Achou graça nos seus pensamentos de quando tinha doze anos. Achava-se a criatura mais madura da terra. Quando na verdade era apenas uma criança, uma criança buscando sua identidade, sua liberdade, ah , a idéia utópica da liberdade talvez só exista mesmo na imaginação de uma criança.
Achou por bem abrir uma garrafa daquela cachaça mineira, trazia por seu tio, o especialista na manguaça.
Vendo suas fotos com sorrisos felizes, amigos não mais presentes, roupas que beiram o ridículo, crianças que nos dias de hoje, são homens formados,mulheres da vida.
Momentos felizes. E ri dessas lembranças gostosas,como se as vivesse novamente.
E nas cartas, da-se também o prazer de chorar, o choro gostoso, de bons momentos, dos momentos difíceis, das viagens, dos amores verdadeiros, das intrigas ... Costumava ser excitante.
E juntando todos os pormenores de sua existência concreta, fez uma fogueira no meio do apartamento. Assim. Pegou aquela lata de lixo que fica no canto da cozinha, tacou a cachaça, e jogou o fósforo.
A cada pedaço queimado parecia então queimar um pouco do que fora.
Estranho, parecia sentir-se mais feliz com aquilo tudo.
E ria também por precisar de tudo aquilo para ter lembrança de bons momentos.
E estranho, sentia-se um pouco mais liberta.
Resolveu que não seria ali. Saiu do apartamento, subindo as escadas trôpegas.
Lembrou-se da primeira vez que andou de montanha-russa. Era a mesma sensação, a subida, a hora em que todos querem desistir, sentiu que iria vomitar de nervoso, mas segurou, vai passar, vai passar.
A placa dizia "Proibida a passagem de pessoas não autorizadas" como se pudessem evitar que ela passasse por ai.
Ventava. Havia um sol das 10 da manhã, aquele que é tão gostoso de sentir na pele, um prazer sensual, que a fez lembrar que havia algum tempo que não tomava sol.
Sentou na beiradinha do edifício, com sua garrafa de lembranças, que agora parecia descer amarga, como naquela noite em que fez loucuras por um amor inválido. Só para esquecer.
Mas não, não eram essas lembranças que ela quer ter, no topo da subida da montanha russa.
Segurou no braço de sua mãe, e fechou os olhos.
Dessa vez, iria com os olhos abertos.
E olhou para baixou uma vez, e reparou uma certa movimentação. Talvez, por ela não ser autorizada a estar lá. Talvez porque seu apartamento estava sendo tomado por chamas.
Não se arrepende.
E sorri.
Está, como não estava a muito tempo, numa felicidade que não se aguentava.
E viu o começo da descida. E resolver ficar de pé, levantou as mãos.
"Dessa vez, é de olho aberto". Deixou o peso, agora cheio de vida, curioso por saber a sensação.
Foi um salto incrível!
Que vento agradável! Um velocidade espetacular. Nunca havia se sentido assim.
Mais uma vez a montanha-russa. Aquele frio na barriga, aquela vontade de acabar logo! Um quase arrependimento! Mas não! Jamais! Aproveita cada minuto da sua... É isso! Da sua liberdade! Estás liberta! Chega a correr uma lágrima, talvez de sentimento, talvez por conta do vento.
E então sente o peso da sua liberdade, esmagando-lhe os ossos contra o chão duro, para desespero dos que a observavam.
E sairam notícias no jornal, e não se comentava outra coisa no bairro.
Ela simplesmente não ligaria. Descansaria em paz. Com sua liberdade. Que durou apenas alguns segundos. Mas que valeu a pena por toda vida.

23 de julho de 2008

"Eu nunca me sinto mal, pois sempre tem alguém para fazer algo pior"

Uma verdade absoluta de meu amigo Leo.

Ontem, após 2 chopps no lugar de sempre, e após também a confusão mental que me causa certo outrem, resolvi que iria aceitar a proposta do Leo de ir no Studio SP. Na velha conhecida nossa, Rua Augusta.
A rua Augusta é, na minha opinião, a rua mais "moderna" (ou pós) que temos. De ponta a ponta ela abrange diversas facetas urbanas, culturas, e classes sociais.
Vai da R Martins Fontes, centrão velho de guerra, até rua Colômbia, Jardins, ligando dois pólos cosmopolitas distintos.
No lado chique, lojas glamurosas, restaurantes finos e cassinos clandestinos. Do lado bagaceira, prostíbulos decadentes, botecos sujos e espécies raras de seres humanos.
Em toda a extensão, atualmente, acontece uma vida noturna intensa, não só pra os que procuram no amor pago como diversão, mas também para quem quer ouvir um som e tomar um trago no "submundo" paulistano.
A Augusta revitalizou-se. Não por algum projeto mirabolante. Às vezes acontece. Parece uma coisa própria da rua. Foi elegante na década de 60, sofreu uma incrível decadência nos anos 80, nos anos 90 era "cult" e hoje em dia é diversificada.
Os "cults" barbados dividem lugar com os "emos" mais jovens, com os gays,e com as prostitutas que circulam livremente.
Acho isso incrível.
Foi assim com a Vila Madalena, quando comecei a freqüentá-la, a alguns 10 anos atrás, até ela ficar muito perigosa para ser habituada, e ai corremos para as imediações da Av Paulista.
Como não podia ser diferente, uma parada para a cerveja.
Eu mesma não bebo cerveja.
Mas como íamos ver um artista ai, (na verdade o nome dele é Takara... baterista do Hurtmold,segundo meu amigo Leo, eu desconheço os dois ... )e o mesmo encontrava-se no bar também, decidi ficar...
Engraçado isso que as pessoas tem com artistas, músicos especificamente.
São eles no céu e o resto na terra . ÚUU, ele é músico, é famoso no underground, não vou nem encostar.
Eu acho bem tosco isso.
Por isso mesmo eles são tão convencidos. Alguns deles.
Talvez isso seja referente às artes. E deva ser discutido com detalhes em outro post.
Chegando no local, percebi que só eu não conhecia o referido.
Tinha uma fila enorme.
Por causa disso ficamos bem pouco tempo.
Não sei bem dizer a vocês que tipo de música é aquela. Experimental. Um batera, ele nas pick ups, ou Korg, não consegui ver, revezava tocando uma corneta, acho que é esse o nome, um percursionista que também tocava sax. Posso dizer que remetia ao eletrônico, que flertei a algum tempo atrás, quando tinha um namorinho rápido com um DJ, com o Dub, o qual frequentava na mesma Augusta, a alguns anos atrás, com um rock, devido a bateria, e os metais, que eram sonoramente elementos urbanos, consequentemente caóticos, para quebrar o clima das batidas repetitivas.
É uma coisa estranha, feito mesma para ser estranha, porque, acreditem, existe fórmula até para ser estranho.
Não gostei, nem desgostei. Preciso apenas acostumar meus ouvidos novamente as coisas novas. Preciso voltar ao submundo. Ser de novo pseudo cult (hehehe).
Não ficamos muito, pois estava maluca por um temaki (meu novo vício, o califórnia sem kani, com cream cheese). Aliás quase não consegui me concentrar pensando no temaki.
O caminho de volta foi um tanto bizarro.
Porteiros de bordéis vagabundos falando coisas indecifráveis, um corpo estendido no chão, do qual eu pensei que iria puxar meu pé, no estilo parque de diversões em noites de terror, e pensando que já tínhamos visto tudo na vida, uma gangue.
De mobiletes.
Eles eram adultos.
Sério.
Tipo os abutres de mobilete.
É quando Leo, com toda sua sapiência lança a pérola, " Eu nunca me sinto mal, pois sempre tem alguém para fazer algo pior" .
Eles conseguiram. Sinto - me menos idiota.
Existem coisas que só uma noite na Augusta pode proporcionar.

Ah, o Temaki estava ótimo! ;)

18 de julho de 2008

Memórias

(Ou tentativa número 2 de escrever um livro)

Sou uma pessoa desmemoriada. Se é que a palavra existe. Dizem que muito álcool e muito fumo fazem isso, mas não me considero nem tão bêbada, nem tão noiada.
Mas a verdade é que cada dia que passa lembro menos das coisas.
Nem sempre foi assim. Sabia aniversários, palavras, atos, festas, quem foi, quem não foi o que acontecia... Sabia tudo. Nada costumava escapar da minha mente sã.
Com o tempo tudo se perdeu. Lembranças de tardes boas, de porres homéricos, de ex-namorados, de fodas, de empregos , a fisionomia das pessoas distantes, perdi tudo.
Não me recrimine. Faço um esforço danado para lembrar. “Eu vou lembrar disso amanhã”, “Espero lembrar disso amanhã”, “Quero lembrar disso amanhã”, e às vezes até consigo, porém no dia depois de amanhã, tudo se foi.
Um trauma? Um apagão cerebral proposital? Memória seletiva? Não sei.
Sei que a coisa me incomoda. O que você comeu no almoço hoje? Não sei te responder.
Como era sua infância? Como era a sensação de fazer uma faculdade por 4 anos e não gostar? Como foi sua passagem de ano pro novo milênio?
Coisas simples. Fugiram...
Como nossas memórias fazem parte do que somos, e como o que eu estou sendo não está legal, resolvi procurar ajuda.
Não, não fumei mais um pouco, nem tomei mais um trago, nem falei com meu velho amigo Jack, e não andei no cavalo branco.
Não, também não passei horas da minha vida no msn enchendo o saco dos amigos, nem chorei no travesseiro, nem nada disso.
Encarei ajuda profissional.
Psicoterapeuta, psicóloga, psicanalista, psicoaputaquepariu.
Sei lá que diabos ela era.
Aquele climão. O de sempre. Médicos, ou qualquer coisa que te faça usar branco como uniforme, te olham como cu. Sabe ? Aquela cara de cu? É foda. Eu odeio.
E ainda médico de mente, te olha com cara de cu de louco. Nem vem me falar que não é coisa de louco e blábláblá, porque é. Você paga a filha da puta pra descobrir o por quê você é pirado. Vê se faz sentido? Ela não vai resolver seu problema, vai enfiar um monte de bosta na sua cabeça, você vai pagar por isso, e ela vai sorrir e dizer: Vá pra casa e pense...
Prometo fazer um esforço terrível para ser bem louca mesmo, assim talvez a loira aguada desbundada me passe uns tarjas pretas. Quem sabe tacar aquele quadro da USP na parede seja um bom começo. Ficar com os olhos arregalados... Aquela cara de Charles Manson ... Vai funcionar, vamos ter fé. Prometo dividir com vocês.
Mas enfim. A desgraçada me mandou escrever tudo o que eu lembro. Disse que ia ser bom, já que eu gosto de escrever e tudo. Caralho. Paguei 100 conto para a desgraçada falar para eu fazer o que eu já faço! Podia pegar essa grana e comprar uma cachacinha, uma maconhinha, e escrever da mesma maneira! Mas não, gastei meus 100 contos com uma loira. Se é que me entendem. E nem me deu beijinho.
Podia estar locassa escrevendo. To careta, com 100 lascas a menos no bolso.
Aliás, você já tentaram escrever bebassos? Cara, é bem legal.
Eu faço isso de vez em quando. Apesar de nunca lembrar o porquê, quando e para quem eu escrevi tudo aquilo. Só lembro mesmo porque caderno esta do lado, e eu estou toda riscada de tinta azul.
Outro dia mesmo, escrevi algo bem legal para o amor da minha vida desse mês.
Lembro de ter ficado emocionada ao escrever. Aquela coisa de amor, sabe?
No dia seguinte, fui tentar ler. Meu deus. Nada se entendia daquilo! Era um borrão só. Minha letra péssima por natureza tinha se tornado uma arte digna de expressionismo.
Uma pena. Tinha ficado bom eu acho.
Mas voltando ao assunto, a mulher me intimou a escrever essas porras.
E ainda deu-me liberdade poética, para escrever o que eu quiser, na ordem que eu quiser, de quem eu quiser.
Desculpe a quem se ofender. É tudo culpa de Freud...


Estou tentando novamente começar a escrever alguma coisa. Ai vai parte. Algo real, algo totalmente fictício. Algo que ofenda, algo de brincadeira. Algo bem clichê, algo novo. Pretendo continuar. Enjoy it...

17 de julho de 2008

5 Bons Motivos para Peregrinar para Aparecida do Norte.

Sabe aquele seu colega de faculdade, que você não tinha notícias a algum tempo?? Então, tirou férias e resolveu peregrinar para Aparecida do Norte. ISSO MESMO. Andar de São Paulo até Aparecida, uma média de 20 Km por dia. ISSO MESMO! O Fulano, que tem a fama de ser o maior locão, e não só fama, esperou suas tão sonhadas férias para ANDAR PRA CACETE!
Conversando com amigos em comuns, obviamente no boteco, não chegamos a alguma conclusão, talvez por ter tomado algumas doses, não sei bem.
Consciente da minha sobriedade no trabalho, atrevo-me a pensar, quais são os motivos para tanta penitência consigo mesmo.

1 - Pra fugir de alguém.
Motivo óbvio esse né?li
Ex namorada, amante, cobrador, filho, mulher, e pasmem, até amigos, e olha, ai ele tem que andar, muito, mas muito mesmo, porque a caixa postal do celular dele deve estar abarrotada de programas legais para serem feitos nas férias, mas ele preferiu andar e andar...

2- Desintoxicação de más companhias e elementos nocivos a saúde.
Acho que chega um momento na vida da pessoa que isso é necessário. Vários anos de uisque ruim, drogas passadas, prostitutas da Augusta, amigos marginais, deve fazer mal ao ser.
Como o clínica de reabilitação nunca será suficiente, resolveu sair para dar uma volta e comprar cigarro... Acabou pegando o caminho da roça ...

3- Spa para pobre.
Churrasco, cerveja, churrasco, caipirinha, picanha, cerveja = uma pança fenomenal!
Quando estamos desprovidos de meio para perdê-la, e o dinheiro não paga uma plástica, veja só você que idéia boa, vá fazer uma caminhada!!!

2- Pegar umas caipirinhas fanáticas
Logo pensei que essa seria a primeira coisa que o amigo faria.
Variar o cardápio um pouco.
E veja, numa cidade religiosa, como conquistar as moçoila?
Uma pela duma demonstração de fé!!!!
Imagina a cantada: -Vim andando 800 dias de São Paulo, só para te encontrar aqui...
SENSACIONAAAAALLLL...

5 - Encontrar um novo rumo na vida.
Porque a pessoa precisa de uma espiritualidade e blablablablablablaabla
Quando ele estiver no caminho, cheio de bolha nos pés, quero ver ser ele vai pensar na espiritualidade, ou num bom banho quente com massagem!!!

16 de julho de 2008

Faltam - me inspirações.

Eu mesma não sou escritora, nem jornalista, nem desenhista, nem pintora, apesar de tentar ser tudo isso.
Sendo assim, não tendo técnicas nem de escrita, nem de nada disso, dependo de uma coisa utilizada pelos amadores , para continuar... A Inspiração.
Inspiração é a arma dos fracos para prosseguir.
Ainda bem que não sobrevivo disso, porém é minha válvula de escape, e é o que eu gosto de fazer. (escrever, desenhar, pintar).
Falta-me no momento, inspiração. Como já escrito , estou um pouco cansada dessa merda toda.
A Avenida Paulista já não me inspira mais.
Nem com mulheres num frio de 15 º vestidas com trajes indianos. Nem o moço de turbante. Nem o casal bizarro. Não me inspira mais.
E para que falar de amor cansado, poemas sem jeito, trabalho forçado e filosofia de bar?
Minha inspiração foi embora.
Foi embora num erro. Num erro meu.
E não adianta arrependimento pagão, nem desculpas esfarrapadas de devassidão.
Eu te espero. Espero voltar para mim. Por que para viver assim, amor, de que vale a pena?
E só de lembrar de ti, abro meio sorriso, e começo a achar graça no bigode do indiano do 6 andar.
E assim misturado com meia ternura, meia bravura, meio tragicomédia, eu vivo sem você, naquelas saudades de que nunca vivi...

11 de julho de 2008

Aquele Abraço

Ainda estão para inventar algo tão poético quanto um abraço.
Tem dias que estamos naquele mau humor danado ( não raro no meu caso), em que só um abraço daqueles bem apertados, com cheiro no cangote e tudo, é capaz de deixar seu dia maravilhosamente bom.
Pode ser de amigo, namorado, pai, mãe, o importante é ser verdadeiro. Porque no abraço, percebemos quando é verdadeiro.
Abraçar, é doar um pouquinho da sua energia para outra pessoa. Um carinho inigualável.
Portanto,sempre que possível, abrace aquela pessoal especial, e tire uma casquinha, claro, por que não?
Agora, sem aquela carência de abraçar estranho, no meio da Av Paulista, porque isso é bem coisa de gente carente ok?
Eu já dei meus abraços ontem, e hoje.
Talvez por isso esteja tão serena, coisa rara, apesar da sexta feira.
Algum cheiro que ficou no meu moletom, daqueles muito bons, está animando bastante meu dia ...

8 de julho de 2008

A caretice do mundo

Está cada vez mais chato viver.
Sério.
Acredito que, depois de um certo ponto, a modernidade faz o mundo regredir.
Alguns senhores da justiça abusam do direito que lhes foram concedidos.
Um exemplo. Antigamente era bem comum as pessoas fumarem no seu ambiente de trabalho. Sentava na cadeira, ascendia um cigarrão confortável.
Não que isso fosse correto, pois atrapalhava os demais não fumantes. Proibiu-se o fumo no ambiente fechado. Ok. Empurraram os fumantes para saletas reservadas, ou para a escadaria.
Baixou então uma lei que ali não pode mais.
Não acredito que fumar na escada do prédio atrapalhe alguém.
A alegação é causar incêndios ou coisa do gênero.
Alguém aqui sabe de algum incêndio causado por fumar na escada?
Ok, não fumantes, matem-me.
Acho que o problema das pessoas é ligar muito para os problemas alheios.
O pulmão é meu, o dinheiro é meu, o cigarro é meu, os problemas de saúde serão meus, e por incrível que pareça pagarem EM DOBRO pelo meu tratamento precário de saúde, pois quase os 20 cigarros do maço vai pro cofre gordo do governo.
Certo, radical.
A lei seca, desculpe a minha falta de credo nas autoridades brasileiras, não foi feita pra pegar bêbado. Foi feita pra pegar propina.
Que ela é certa, é mais que certa, vagabundo bêbado que pega o carro e faz merda deve ser preso. Mas blitz? Não poder beber duas latas de cerveja? Não ocorre um certo abuso ai?
Para quem interessar, segue texto de Rizzato Nunes , sobre a Lei seca.

Não contente, hoje no blog Hedonismo leio a notícia de um senhor Senador (dando nome aos bois, Eduardo Azeredo) querendo controlar acesso a internet. Segundo ele, a atitude deve-se ao nobre fato de combater a pedofilia.
Para saber mais, clique aqui .
Mais uma vez, desconfiando da atitude nobre do nosso governante, acredito que estão mesmo afim de controlar a vida alheia.

O Brasil tá regredindo.
Não podemos mais beber, nem fumar, nem usar drogas, nem jogar, nem acessar a internet.
O que falta mais povo?
Sexo né?
Só depois do casamento?
Motel só com certidão e provas ??
(lembrando também dos puteiros fechados pelo prefeito de São Paulo... ta começando hein???)
Estou preocupada.
Brincadeira a parte, o Brasil, além de um país de tolos, é um país de extremos.
Enquanto alguns providos de capital e poder político ou social, fazem disso um puteiro a céu aberto, leis mal planejadas, sem resultados comprovados e sem argumentos são implementadas, para depois caírem no esquecimento, no desuso e viram, obviamente chacota nacional. Mau exemplo, pro povo acostumado com a impunidade e com o jeitinho brasileiro.
Mas é um círculo vicioso não é mesmo?
Afinal, nós mesmos escolhemos esses, que nos governam tão vergonhosamente...
Como diz o ditado... Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão.
Desculpem a falta de patriotismo ...