28 de janeiro de 2009

Diário da Desempregada, parte 2

Acordo entre as 10:30 - 12 dia. Nada demais, sendo que muitas vezes acordava nesse horário para trabalhar.
Mas parece que todo dia acordo de ressaca. Ok, eu acordava de ressaca trabalhando, porque eu bebia, mas agora meus níveis alcoólicos diminuíram drasticamente, o que afirma minha teoria que trabalho ruim, causa alcoolismo. (hahaha)
Da uma vontade imensa de não fazer nada o dia todo. Recorro, então, a internet, lar dos desocupados. Agora, com a ajuda das minhas amigas, também recém desempregadas, recorro à academia.
É sempre uma tortura. Sempre é dolorido. Mas um pouco de endorfina( ou qualquer merda do gênero), faz bem, e está me fazendo bem.
Escrevendo assim, até parece que não estou gostando. A verdade é que estou adorando meu ócio criativo. Escrevo, leio, faço as coisas que devem ser feitas na hora que eu quero fazê-las. Isso não tem melhor.



Finalmente tenho meus planos em mente, pelo menos tentarei com o máximo de esforço executá-los. Mas para isso acontecer, preciso estar desempregada, por hora. Ai causa problema. Minha mãe, claro, quer me ver trabalhando, feliz ou não, mas não dando despesa. As pessoas parecem ficar com dó quando digo que estou desempregada.
Muitas vezes bate a deprê, claro, mas não por mim, mas pelo que as pessoas cobram de mim. Eu não tenho medo que não dê certo, mas a cobrança sempre é para que dê, DEVE funcionar.
Não somos mais a Mariana, e sim a Mariana Vendedora, advogada, médica, ou qualquer outra merda de profissão. Eu, não tendo uma, fico cobrada a ter. Os desempregados são isso, marginalizados.
Eu estou bem, vendo do lado de fora. Deixem-me por aqui!!!

PS. Depois de 2 meses, fui dar entrada no seguro desemprego. É, agora. Não vejo muitos amigos desde o ano passado. É , não fui beber com eles. Sou desempregada, mas tenho vida social agitada tá? Paciência!

26 de janeiro de 2009

São Paulo 455

Mando meus parabéns atrasado à essa cidade que me traz sentimentos tão variados.
Já é sabido do meu grande amor - e - ódio pela cidade.
Muitas vezes senti vontade de abandoná-la, de atirar-me de seus viadutos, de jogar lixo na rua até entupir seus bueiros para ocorrer a segunda inundação e ... (ok, eu não faria isso.)
Mas ao mesmo tempo, como é bom fazer parte de São Paulo, a miscelânea de sempre, de tudo que tem aqui, aquilo que não tem a identificação paulistana, mas tem a de todo país, e também de quantos outros paises do mundo ...
A verdade é que queria deixá-la. Não suporto mais tanto concreto, nem tanta gente (não é possível ficar sozinho por aqui, mas ao mesmo tempo estamos sozinhos, por individualismo, por medos...), nem tanta pressa, nem tanto caos. Mas isso tudo já faz parte de mim por ser paulistana.
Para mim, o que define São Paulo é a ambiguidade. A incerteza de saber se fico, se já hoje em dia, tantos anos aqui, consigo me separar de toda essa agitação, que tem lá sua beleza, como hoje a tarde, a beleza da chuva que não vem mais para nos ajudar, apenas para atrapalhar nossa vida que passa ligeira, presa no trânsito, mesmo assim que beleza daquilo que não encaixa!
Parabéns aos que conseguem conviver com a cidade que não para. Parabéns à cidade que resiste.

19 de janeiro de 2009

Seis da tarde na Ilha do Cardoso

Além de ser o horário propício para os ataques de mosquitos faminto, é hora, já marcada, do futebol no campinho de areia.
E daí que vemos que há gente na Ilha!
Não importa o quão remoto futebol, no Brasil, é linguagem universal.
Mas percebo as diferenças do futebol da cidade grande. Aqui as pessoas jogam sorrindo. Os palavrões,quando consigo entender, porque eita sotaque enrolado!, não são dirigidos, apenas palavrões do jogo. Não houve brigas, e até os meninos estavam no meio.
As moças estavam sentadas, observando, a maioria já casadas (e com filhos) dos jogadores.
Conversando com uma senhora ela me contou o caso que do outro lado do rio, já Paraná, também tinha o jogo às seis, mas pararam, pois um rapaz, durante a partida, quebrou a perna em três lugares! Desde então os que não aguentam de vontade de jogar, atravessam o rio de canoa. Mas ela morre de medo, vai que acontece com o marido ou filho ou sobrinho, a mesma coisa!
Os turistas que estão hospedados aqui também jogaram. E da bem pra perceber quem são os turistas. O povo daqui, além de queimados pelo sol, claro, tem traços indígenas, pelo menos eu acho que tem. Principalmente o Luís. O Luís era aclamado no jogo pelos outros. É um senhor Atarracado, de pescoço para dentro e cabeça grande. Eles gostam dele, não me pergunte o porquê.Acredito que quando tem futebol as pessoas mudam. Até o rapazinho de onde estamos hospedados, todo tímido, bem caipira, chegou a conversar com a gente, animado. Vai saber como é seu Luís fora do campo.
O jogo só acabou porque o sol resolveu descansar um pouco (pois ele se põe às 20:30) e a bola se arremessada longe, como foi diversas vezes, podia não ser mais encontrada. E deve dar um senhor trabalho comprar outra, uma vez que a mercearia local vende só cerveja, pipoca doce e cigarros Kirby.
Do mesmo modo que apareceram do meio do mato, se foram mato adentro.
Não acabo sem contar a digna observação do nosso colega turista, dizendo que a competição é injusta pois os pés nativos possuem o dobro da largura e espessura. Pés preparados para areia, já os nossos, pros sapatos.

PS. Uma das turistas tirou foto (claro, eu estava sem minha máquina), trocamos emails, mas até o momento ela não me passou a foto! Quando tiver, ilustro nesse espaço!

16 de janeiro de 2009

Mariana na Academia

Interrompendo meu diário de férias e lembrando que eu não sei usar a nova ortografia, eu entrei pra "acadimia". Pra quem me conhece, eu , frequentando esse recinto é como se o Fidel utilizasse uma camiseta com a bandeira americana. Sou a rainha do mínimo esforço (não que eu não continue sendo).
Mas depois das minhas férias lembrei que o coração também é um músculo, importante para a vida, por sinal, e que a minha impotência respiratória me impedia de fazer coisas maneiras. Aproveitando tudo isso com o desemprego e a promoção de ir com mais duas amigas, fechei logo O ANUAL! Sem retorno.
Os dois primeiros dias foram bons. Nada de assustador. Os gordinhos suados, as gordinhas deselegantes, as véias caidas, os bombadinhos nerds... (e a gente, um show a parte, um freak show, claro).Até ontem.
Depois de muscular os gambitos, tivemos a brilhante idéia de fazer uma aula de bike. Spinnig, algo do gênero. Já sabia que iria morrer um pouco, já tinha tentado andar numa subida no domingo e quase morri. Mas nada daquele jeito. Eu ia vomitar meu baço. Meu joelho ia saltar da minha perna. Não havia um minuto do qual eu não pensava: QUE IDÉIA DE GIRICO HEIN???
Foi pior que arrancar dente do ciso.
- Agora vamos tirar os bancos!!!!
- QUE ??????
(òbvio que continuei com o meu, com vontade de chorar.)
2 horas depois da aula, consegui retomar a minha respiração normal.
Onde foi que eu me enfiei?

PS. Reparei que existe um outro tipo na academia. São as gordinhas saradas. Sim, elas tem músculos, e elas são gordas. Estou morrendo de medo de ficar daquele jeito. GARANTIRAM que não. Estou no aguardo, com dor muscular até no dedinho.

12 de janeiro de 2009

De volta...

Depois de passar alguns dias em Búzios, senti que São Paulo ainda não estava pra mim, e resolvi passar mais alguns dias na Ilha do Cardoso.
Posso dizer que não estou feliz em estar de volta. Não senti falta da cidade. Aliás, depois que cheguei vi que não preciso de tanta luz elétrica, nem de tanta água saindo do chuveiro quente, nem de tanta variedade de comida, nem de tantas roupas que eu tenho no armário. Achei o meu banheiro muito claro, meu quarto muito grande e as comidas que estavam na geladeira de plástico. E que a tecnologia não tem grande serventia. Não senti falta desse blog. Nem de olhar o orkut, nem de msn. E que na verdade eles me atrapalham. Ao pegar o primeiro metrô - ônibus novamente, vi que as pessoas são muito mal-educadas, estressadas e que essa cidade não comporta mais ninguém.
O que aconteceu,então, com a minha São Paulo, que eu tanto amava?
São Paulo não é meu ideal de felicidade, mas ideal de ambição. Tudo acontece aqui, aqui é fácil ganhar dinheiro, comparado com os outros lugares do Brasil. Mas a que custo não? Cada dia mais São Paulo me sufoca, tudo aqui é preso, tudo aqui é apertado, poluído, tudo você depende de condução, de locomoção, é impossível até andar de bicicleta por aqui. Violência, pensar que "não posso ir em tal lugar a tal hora" porque é perigoso. Estou realmente farta.
Ao mesmo tempo de mãos atadas. É hora de ser ambiciosa ou feliz? Velho dilema.

Os posts que seguem serão referentes a viagem, ou que eu escrevi por lá, redescobri a folha de papel e a caneta, e posso dizer que não os largarei, pois as idéias fluem melhor por lá .