30 de junho de 2010

Por acaso não tive opção.

Por Ismael Arruda

11 meses de namoro. 12 se contar o enrosco. Hoje fui olhar meu orkut e estava lá como conta de água e luz pra me lembrar do nosso compromisso. Não que eu tivesse muita opção, mas K. me deixou claro que mais de um mês de rolo não dava. Dai não que eu tivesse muita opção né, mas por acaso eu resolvi que aceitaria. Sabe que às vezes a gente faz uns negócios assim por causa de sexo e ela sabia que eu não diria não. Não que fosse muito além do esperado, mas tem certas horas na vida que a gente cansa um pouco de procurar. E é irônico que depois de alguns meses a gente quer mesmo é procurar os velhos contatos e fazer a limpa, como nos velhos tempos. Mas daí me lembro que não me sentia muito bem, de vez em quando me sentia um daqueles cachorros pinscher que só serve pra cruzar. Nem perna perdoa. É legal de contar pros amigos , mas é chato quando se tem uma daquelas dores de garganta e só tem sua mãe pra te cuidar.
Mas não que eu esteja reclamando da K. E também não tenho problema em dizer o nome,até mesmo porque o meu também não é Ismael, mas vai que por acaso ela lê. K. tem esse nome daquela atriz que a mãe achava chique, e abençoou a filha. Hoje é nome de pobre mesmo, mas pobre não dá pra dizer que ela é. Nasceu naquela safra de classe média que ficou rica no interior, é de Sorocaba e veio pra São Paulo estudar moda, no Santa Marcelina, porque ficou meio sem opção depois que não passou na USP. Daí os pais pagam um apartamento bem cuidado além das regalias típicas de mulher. No meu trabalho dizem que ela é bonita demais pra mim, também porque ela deixou no meu celular uma foto em que ela está bonita e eu pareço o diabo. Tudo bem, eu sei que ela faz isso pra marcar território. Não que adiante muito. Na verdade sempre fui fiel, mas não que eu tivesse muita opção. Por acaso eu me faço de pegador no trabalho, mas claro que não sou levado a sério. Coisa de homem, por acaso.
Mas às vezes esse negócio é complicado, a K. fica me fazendo pressão pra casar e pergunta porque eu não vou pra lá morar com ela. Dai dou a desculpa que não tenho opção né, fica muito longe porque a firma é ali na Berrini e eu moro em Osasco, daí pega a Marginal e já era. Na maioria eu vou de trem, mas tenho um Gol preto que ainda estou pagando. Talvez ele tenha me ajudado na conquista, pois foi bem no dia em que estreei o carro numa baladinha de playboy que eu a conheci. Eu não sei muito bem o que ela vê em mim às vezes parece que eu sou objeto de estudo pra elas e os amigos. Algo meio alternativo assim, sabe? Por acaso de vez em quando eu fico sem opção e deixo que ela se ache inteligente. Claro que ela me faz ver filmes chatos, e comenta coisas que parecem inteligentes e por mais que eu fale que é chato, dou a entender que ela é inteligente, porque concordar com uma mulher, para elas, dá mais prazer que 10 orgasmos. Ainda bem que eu não sou assim porque nunca concorda comigo. Dai eu fico sem opção e acabo concordando com tudo. Daí quando eu não concordo mesmo, e quero contrariar eu acabo mentindo. Porque o Pato não é um amigo ruim só porque comeu a amiga dela e não apareceu mais. O cara é brother e é claro que eu vou sair para tomar uma breja com ele. Não que eu vá contar. Porque cria caso. Fico sem opção. É claro que eu vou cantar a gostosa da mesa do lado, por acaso é coisa de homem isso, assim como é coisa de mulher encher o saco. Toda terça que tem futebol é um perrengue porque eu tô ligado que sempre tem uns que dão a desculpa do futebol pra sair com a amante, mas eu vou lá pra jogar bola, comer churrasco e beber cerveja porra! E porquê eu deveria acreditar que ela vai ao shopping com a amiga paty para comprar maquiagem? Mas dai não falo nada pra não perder a razão.
Mas dai funciona assim, a gente vive por acaso meio sem opção, e pensa se vale mesmo a pena, mas é só o tempinho entre uma estação e outra, porque homem não tem que ficar pensando muito mesmo, pelo menos é o que dizem, se vier aquele sentimento esquisito, bota pra fora no próximo jogo do Timão e já era né não?

4 de junho de 2010

Atira antes, pergunta depois.

Tenho uma explicação muito simples para o meu ponto de vista em relação ao ataque israelense aos navios de ajuda humanitária turcos.
Se você está na Marginal Pinheiros com seu carro e na frente há uma blits da polícia militar você passa em alta velocidade? Se você furar esse bloqueio o que acontecerá? Muito provável que seu carro seja alvejado, não importa se sua mulher está parindo no banco de trás, ou seu filho está empestiando seu banco de couro com vômito.
Pois leve isso para o ambiente em questão, Gaza, aumente 500X e pronto. Era o óbvio.
Então pra que cutucar a onça com a vara curta? Essa é fácil, publicidade. Eles, os bons samaritanos, ganharam um ponto nessa. Parabéns.
Judeus maus, sem coração, atiram em pessoas boas, que só querem ajudar.
Um antissemitismo do bem.