22 de julho de 2011

Entre Porsches e polêmicas nem todos sobrevivem

Hoje o assunto da manhã ainda foi o acidente da TucsonXPorsche. Entre toda aquela discussão algumas ressalvas.
Estão dizendo por ai que a culpada foi a moça que passou no farol vermelho. Outros o cara que estava a 150km e está mentindo descaradamente, falando que não tinha bebido e estava "um pouco acima" de 60 km. "Um pouco" para ele são 90 km. Plausível.
Ainda disseram que é só inveja porque o cara é rico e no Brasil ninguém pode ser rico e bem sucedido que é alvo de inveja.
Minha opinião é que isso ocorre devido a falta de credibilidade que os ricos tem. No Brasil dificilmente passamos da Classe média bunda para a Alta nádegas sem lavar um dinheiro, comprar uns deputados, enfim, de maneira ilítica mesmo. Ser rico aqui é sinônimo de ser mau caráter. E não está de todo errado. Esse tipo de rico, que pega um carro para fazer graça na rua pertence de fato a uma classe específica de ricos. Os que ostentam. O Abilio Diniz faria isso? Nunca. MEGA ricos não se expõem. A classe que ostenta precisa do Porsche e precisa se mostrar com ele. É errado querer ter um carro para se mostrar? Ele não tem esse direito? Sim, direito ele tem. E sim, é errado querer ter um Porsche. O status deturpa caráter, você não é, você tem. Caminhamos para um mundo que ser deixou a importância de lado. Isso faz tempo, e é clichê, mas a medida que há mercado , há compradores.
O cara pode ser "gente boa" no escritório, réu primário, e é claro que não ficará preso e nem sofrerá alguma punição severa. Aqui no Brasil tratamos as pessoas como crianças. "Coitado, não foi por querer". Principalmente se for homem, sociedade machista, em que o homem tem que ser "foda", ter carro "foda" e beber igual macho "foda", aplaudidos por mulheres igualmente machistas que ficam acomodadas em seus saltos agulha, ostentando um "acompanhante" que tenha melhor condições financeiras.
E você não sonha em ter um Porsche? Não, nem uma Ferrari. Eu não sou o que eu tenho, pois a felicidade não vem de bens, vem de estar bem consigo e dai um carro é apenas um veículo para se locomover, o acompanhante é "apenas" a pessoa que se ama e não fica mais legal estar numa "balada" cheia de gente de plástico.
Dizem que "quando se fica mais velho" se amadurece, mas como vivemos mais, agora amadurecemos mais tarde. O Brasil é um país infantil. Enquanto não houver responsabilidade, continuará essa zona.

Abraços
Mariana Catto

20 de julho de 2011

Isqueiro, fósforos e afins

Isqueiros ou fósforos são objetos que pertencem a um fumante. Parece óbvio não? Mas analisando profundamente o assunto, na minha mente esfumaçada, ele é mais complexo do que parece. Digo, você não precisa ser um advogado para ter um livro de direito, nem um fotógrafo para ter uma câmera, nem um maconheiro para ter um colírio na bolsa. Mas um isqueiro é estritamente um objeto utilizado por quem fuma. Não importa o que. Não importa quanto. Não importa onde. Um crack esperto na Luz. Um cigarro mentolado na balada. Um cigarro de artista na festinha. Um careta do dia a dia.
Visualize a cena. Você pega um cigarrinho.
- Me empresta um isqueiro? (diz a gramática do povão)

Não fumante:
-Não tenho (idiota) eu não fumo (aliás eu odeio cigarro, e odeio você por consequência).

Fumante assíduo:
- Claro! (Procura no bolso ou no lugar próximo ao maço de cigarros.)

Fumante esporádico (de qualquer coisa):
- Só um minuto. (procura, procura, procura) Poxa não está comigo agora.
(muito provavelmente esse é apenas maconheiro mesmo)

Há muita poesia nesse objeto que serve para acalentar nossos pulmões acinzentados pela fumaça de cigarros (de novo, de qualquer espécie). Temos fogo em nossos bolsos. E pensar que tínhamos que correr para protejer nossas tochas de fogo...

15 de julho de 2011

O menino da latinha

Tem um rapazinho no bairro que é daquele personagem que fica marcado sabe? Todo mundo conhece. Desde pequeno, eu lembro que bem pequeno, o moleque vive de catar latinhas e pedir trocados. Com o tempo as pessoas do bairro se afeiçoaram, e ele chegou a ganhar uma camiseta do São Paulo de presente. (eu passei no momento em que davam o famigerado presente).
Mas sempre tive uma ponta de raiva, misturada com uma culpa por ter esse sentimento de uma pessoa tão carente. Mas eu explico. Minha raiva vinha da cara de dó que ele fazia cada vez que alguma pessoa passava. Eu sei, não deveria julgar. Mas aquilo me incomodava, tinha vontade de sacudi-lo e dizer que fazer alguém sentir dó dele era submissão, era deprimente, deplorável! Claro, uma transferência de alguma maneira, visto que se essa cara de cachorro pidão arrecadou mais fundos para ele, era vantagem.
Porém ontem, saindo do metrô, que é o point dele, vi que estava vendendo balinhas de goma. Crescido, ele está bem crescido. Eu não encontrei mais aquela cara, nem mais aqueles olhos marejados de lágrimas doidas, nem os pés sujos, nem as mãos cortadas.
Encontrei um vendedor. Encontrei dignidade. Vi olhos de esperança, uma esperança de menino sofrido que venceu a dureza da família, a dureza das ruas e do seu destino.
E pensei com grande felicidade que esse moleque tem futuro.
Por andar apressado não comprei as balas. Ou talvez por não querer aquele momento marcante, ato egoísta. Nunca tive coragem de falar com ele, quando me incomodava. Mas sim, comprarei suas balas numa próxima oportunidade, num ato de compaixão com a sua esperança que agora foi revelada.

13 de julho de 2011

Insight

Eu tive um ontem. Mas esqueci.
Droga.