31 de outubro de 2011

Casal bonito

Hotel de rápida rotação, usada também como hotel convencional.
Na hora do check out, um casal está na minha frente. Ela, com um corpo volumoso, cabelos lisos com luzes até a cintura. Ela, cabelo Joãozinho com metade do tamanho da companheira. Sim, elas. Tranquilo.
A recepcionista ouvia as piadas das duas, daquelas piadinhas maliciosas para quebrar o clima.
Quando chegou a minha vez ...
- Ai ai, é cada uma viu?
- Ah, um casal bonito. - respondi.
- Sim, elas são legais. Mas tem umas... Esse mundo tá perdido mesmo viu? Tudo ao contrário... Tem umas que ficam ali se agarrando no meio da rua, enquanto os caras passam mexendo: "Toma vergonha na cara"!! Ai, eu morro de vergonha viu.
- (... pensamentos...) É, cada um cada um né?
- hahahahahhahahahahah
Nisso um outro casal de mulheres aparece.
-Bom, até mais...

Lembrete, manter-me sóbria numa manhã de segunda feira.

26 de outubro de 2011

Diário da desempregada, o retorno.

É. Fui demitida. 3 meses depois de contratada, após ter recebido um aumento no antigo emprego, que larguei, fui demitida. Esperei um pouco até passar a minha raiva e analisar o acontecido.
São dois pontos.
Infelizmente não conhecemos as pessoas do nosso ambiente de trabalho. E, apesar de ser contratada apenas para fazer o trabalho dela, se ela é uma pessoa imbecil, uma hora dá merda. Imagine então que essa pessoa é o diretor da empresa. Imagine que essa pessoa se deixa influenciar por outras pessoas que usam a religião para fazer tal manipulação. E que rola até uma urucubaca , baixa o santo e o cacete para saber quem deve ser contratado ou demitido. Bom, cá estou eu.
Segundo. Não posso exigir ética. Não podemos. O sistema é feito para um comer o rabo do outro. À seco. Então a pessoa pensa: posso demiti-lá e contratar alguém mais barato. Eu acho justo. É assim que funciona a merda do sistema monetário no qual vivemos. A ética seria ser claro o suficiente para que eu entendesse isso. Invés disso, por que não dizer simplesmente que eu não fiz o meu trabalho? Por que demonstrar fraqueza de uma empresa que não se renova? Bem mais fácil né? Pudera, ainda ouvem o chamado do outro mundo para tomar decisões...
Seja como for, o espírito zombeteiro me deu uma chance de ficar marginalizada desse sistema escravista moderno que são as empresas hoje.
Será possível viver de criatividade? Veremos...

3 de outubro de 2011

A aceitação

Hoje vi no noticiário, logo de manhã, uma gay que sofreu agressão num posto de gasolina aqui em São Paulo. Ele, na entrevista, disse que, argumentando com os agressores, disse: Você é novo, pode ter um filho, e ele pode ser gay. Eu não escolhi ser gay, eu nasci gay.
E por ter nascido gay ele sofreu violência.
Passamos a vida sendo moldados por uma sociedade que simplesmente não te aceita, assim como você nasceu.
Somos fantoches de nós mesmos, porque estamos inseridos nessa sociedade.
Somos moldados pelo estado, pela mídia, pela religião, por nossos familiares, por nossos amigos, por nós mesmos.
Acreditamos em falsos ídolos, falsas guerras, falsos inimigos.
Acreditamos que isso não é problema nosso.
Ficamos infelizes. Ficamos estressados. Ficamos frustrados.
Nos cobramos sucesso, perfeição. NOssos desejos nos trazem mais frustrações.
Cobramos o politicamente correto e não somos. Mediante "o mundo está perdido" viramos extremistas.
Em vez de procurar a liberdade, queremos nos encaixar mais ainda em moldes, pois assim seremos aceitos, teremos melhores empregos, faremos mais sucesso. E de fato, quanto mais "encaixado", mas aceito.
A vida petrificada.
Parada.
Morta.
Desculpe me, eu falhei.