21 de dezembro de 2015

A boa ação

Hoje fiz uma boa ação.
Ajudei uma senhorinha a atravessar a rua, andei com ela até o ponto e ajudei a entrar no ônibus.
Belas bosta, irá dizer o justiceiro, não fez mais que a obrigação.
Eu concordo totalmente.

Porém quantas vezes deixei de fazer isso pela pura falta de tempo?

Me senti tão feliz em poder ajuda-la e ver que ela ficou feliz também pois alguém pode dispor desse momento, plena São Paulo.

Estava chovendo muito. Parei num toldo da doceria. Ela me disse para arriar as calças para não molhar.
Eu queria andar debaixo do Minhocão.
É uma boa ideia eu queria também.
O farol fechou, vamos?
Vamos!

E eu na minha pressa habitual já ia largar a velha, a senhora quer ajuda? Não, vou sozinha, sem problemas.

Mas o Minhocão do Haddad tão aclamado pelos hipster Sta Cecília não é o local mais amigável para uma velhinha. E resolvi acompanha-la. Ela andava com uma muleta, devagaaar, porém toda style de viseira e blusinha verde, me contando que já estava com 90, falou que estava andando o dia todo, eu falei da minha avó e assim uma hora ela resolveu pegar no meu braço para atravessar o rio de esgoto que é São Paulo quando chove. Literalmente é esgoto brotando do cimento.

Demos muita sorte, pois o ônibus estava chegando e nós achamos que o motorista não iria nos esperar.
Eu puxei a velhinha, ô jóveeem sem noção, mas outras pessoas pararam o ônibus e no momento final perguntei o nome, Cida, Mariana, até mais, ela se foi, acenamos e eu fiquei emocionada.
Pude ser humana na cidade de São Paulo. Pude ser eu mesma, pude ter uma conversa.

Agradeço cada minuto.
E hoje é segunda feira. E quero viver!