15 de agosto de 2008

Noites Brancas de Insônia

A combinação perfeita de noites brancas de insônia é: um remédio devido a uma perturbação no ouvido, que estava me deixando louca parecendo que havia a bateria da mangueira nos tímpanos, a preocupação com o dia-a-dia, que está cada vez mais pesado, e as preocupações do coração, que segue a batida da mangueira.
Durante o dia, devido a essa droga, que é anti-tudo, sinto um sono que consome de uma maneira, que onde encostar dorme. Durante a noite, sinto me um zumbi daqueles de filminho trash dos anos 80.
O sono é sagrado.
A falta do sono é perturbador!
Terminei de ler os cem anos de solidão, e devido ao efeito da droga, da falta de sono, começa-se a imaginar situações que passam do livro para a vida real.
Senti que estava vivendo a solidão descrita por Gabriel Garcia Márquez. A solidão do esquecimento, daquela de se trancar no quarto nos pergaminhos indecifráveis, de não querer a companhia, de desejo, e da doença da insônia, que, segundo uma passagem, remete a perda da memória.
Memória.
Parece que essa me serve apenas para as coisas que atrapalham. Gostaria muito de poder lembrar de momentos bons, até faço um esforço, mas o que vem são desilusões, ciúmes, intrigas, saudades e meios arrependimentos, isso no meio da madrugada que fazia um frio, daquelas de vento gelado.
Mistura-se isso com a falta de sensibilidade do companheiro, que deixa o celular (aparelho moderno que não combina com poesia) desligado por apenas algumas horas, das 20:00 às 9:30 da manhã do dia seguinte.
A mente sentindo falta das doces ilusões proeminentes dos sonhos começa a viver um sonho real de pensamentos perversos. E se... e se...
Imagina-se o Casa Nova na noites de gala, o boêmio, o vagabundo.
Quando na verdade é capaz mesmo que o rapaz esteja no sétimo sono.
A insônia nos dá uma falsa claridade, uma lucidez trôpega, pois acha-se saber da realidade quando na verdade é apenas um sonho estranho.
A conta bancária, preocupa.
Até o ato de entregar o presente do dia dos Pais atrasado te leva a uma reflexão digna dos escritores russos.
E o corpo dói de tanto ficar deitada imaginando o nada.
No relógio, 4:30.
Lembrando que as 7:30 tem que levantar.
E quando vem o sono, vem também a vontade de ir no banheiro.
Quando menos se espera, após um pouco de distração...
Toca o despertador, e então parece que essa noite, você morreu um pouco,foi atropelada por uma caminhonete, por um vagão desgovernado!
Zumbi. É como fico o dia todo, esperando por uma noite tranqüila de sono!

Um comentário:

Anônimo disse...

Essas noites? Eu soube bem como elas são uns anos atrás. Agora? Minha única insônia é a da 'meus deus, se eu dormi mais perco tempo de vida' rs de verdade.

Acho que preciso fazer alguma coisa hahaha

Gosto de ler seu blog :)