29 de novembro de 2012

Na sala de espera do psiquiatra.

Marcada a consulta para às 8:30 . 9:30 chego. Como ele já espera o meu atraso e eu o atraso dele.
Duas mulheres conversando. E eu involuntariamente entrei na conversa-metralhadora da senhora que teve um AVC hemorrágico e que tinha o papai militar (ela o chamava assim, papai e mamãe, sem artigo).
- Porque eu sou de (insira uma cidade no meio do mato de MT) mas como papai era militar vivíamos mudando, brincávamos com os índios, era uma delícia, mas hoje em dia a criançada não tem isso não, é só video game e computador e ....(...) blablablablabla (...) então eu e Paulinho ficávamos sentados no bando e nossas perninhas ficavam assim balançando e a Vilma até me disse que é horrível porque o joelho não dobra mas é porque eu tenho essa parte aqui ó ó ( entre a coxa e o joelho) grande, largo e se tiver estreito é ai, realmente fica desconfortável mas nossa era um conforto que vocês não tem ideia.
(Nisso a outra moça e eu tentávamos nos introduzir no assunto, mas o lema da prosa era totalmente daquela senhora que ia falando e arregalando os olhos cada vez mais vidrados. Isso me lembra que minha mãe sempre disse que gente louca sempre tem olhos arregalados, coisa que me pai faz quando quer fingir que tá com distúrbio para ela...).
Depois vieram os remédios, a doença da mãe que perdeu um filho esse ano, mas que agora está bem obrigada, os médicos como são filhos da puta em receitar diferentes tratamentos, e tantos outros assuntos que eu pensei em cobrar uns 150 paus pela hora que fiquei ouvindo.
Quando o doutor chegou ela já emendou um assunto entrando na sala e assim aguardei mais uma hora pela consulta.


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