23 de julho de 2008

"Eu nunca me sinto mal, pois sempre tem alguém para fazer algo pior"

Uma verdade absoluta de meu amigo Leo.

Ontem, após 2 chopps no lugar de sempre, e após também a confusão mental que me causa certo outrem, resolvi que iria aceitar a proposta do Leo de ir no Studio SP. Na velha conhecida nossa, Rua Augusta.
A rua Augusta é, na minha opinião, a rua mais "moderna" (ou pós) que temos. De ponta a ponta ela abrange diversas facetas urbanas, culturas, e classes sociais.
Vai da R Martins Fontes, centrão velho de guerra, até rua Colômbia, Jardins, ligando dois pólos cosmopolitas distintos.
No lado chique, lojas glamurosas, restaurantes finos e cassinos clandestinos. Do lado bagaceira, prostíbulos decadentes, botecos sujos e espécies raras de seres humanos.
Em toda a extensão, atualmente, acontece uma vida noturna intensa, não só pra os que procuram no amor pago como diversão, mas também para quem quer ouvir um som e tomar um trago no "submundo" paulistano.
A Augusta revitalizou-se. Não por algum projeto mirabolante. Às vezes acontece. Parece uma coisa própria da rua. Foi elegante na década de 60, sofreu uma incrível decadência nos anos 80, nos anos 90 era "cult" e hoje em dia é diversificada.
Os "cults" barbados dividem lugar com os "emos" mais jovens, com os gays,e com as prostitutas que circulam livremente.
Acho isso incrível.
Foi assim com a Vila Madalena, quando comecei a freqüentá-la, a alguns 10 anos atrás, até ela ficar muito perigosa para ser habituada, e ai corremos para as imediações da Av Paulista.
Como não podia ser diferente, uma parada para a cerveja.
Eu mesma não bebo cerveja.
Mas como íamos ver um artista ai, (na verdade o nome dele é Takara... baterista do Hurtmold,segundo meu amigo Leo, eu desconheço os dois ... )e o mesmo encontrava-se no bar também, decidi ficar...
Engraçado isso que as pessoas tem com artistas, músicos especificamente.
São eles no céu e o resto na terra . ÚUU, ele é músico, é famoso no underground, não vou nem encostar.
Eu acho bem tosco isso.
Por isso mesmo eles são tão convencidos. Alguns deles.
Talvez isso seja referente às artes. E deva ser discutido com detalhes em outro post.
Chegando no local, percebi que só eu não conhecia o referido.
Tinha uma fila enorme.
Por causa disso ficamos bem pouco tempo.
Não sei bem dizer a vocês que tipo de música é aquela. Experimental. Um batera, ele nas pick ups, ou Korg, não consegui ver, revezava tocando uma corneta, acho que é esse o nome, um percursionista que também tocava sax. Posso dizer que remetia ao eletrônico, que flertei a algum tempo atrás, quando tinha um namorinho rápido com um DJ, com o Dub, o qual frequentava na mesma Augusta, a alguns anos atrás, com um rock, devido a bateria, e os metais, que eram sonoramente elementos urbanos, consequentemente caóticos, para quebrar o clima das batidas repetitivas.
É uma coisa estranha, feito mesma para ser estranha, porque, acreditem, existe fórmula até para ser estranho.
Não gostei, nem desgostei. Preciso apenas acostumar meus ouvidos novamente as coisas novas. Preciso voltar ao submundo. Ser de novo pseudo cult (hehehe).
Não ficamos muito, pois estava maluca por um temaki (meu novo vício, o califórnia sem kani, com cream cheese). Aliás quase não consegui me concentrar pensando no temaki.
O caminho de volta foi um tanto bizarro.
Porteiros de bordéis vagabundos falando coisas indecifráveis, um corpo estendido no chão, do qual eu pensei que iria puxar meu pé, no estilo parque de diversões em noites de terror, e pensando que já tínhamos visto tudo na vida, uma gangue.
De mobiletes.
Eles eram adultos.
Sério.
Tipo os abutres de mobilete.
É quando Leo, com toda sua sapiência lança a pérola, " Eu nunca me sinto mal, pois sempre tem alguém para fazer algo pior" .
Eles conseguiram. Sinto - me menos idiota.
Existem coisas que só uma noite na Augusta pode proporcionar.

Ah, o Temaki estava ótimo! ;)

7 comentários:

Mieko disse...

ah, sei lá, meu, odeio as leis de trânsito! A Augusta é mais legal sem aqueles policiais idiotas que ficam querendo te multar nas convenções proibidas! Ah, eu podia fazer parte dessa gangue, pq eu tenho (ainda) uma mobilete! Aliás, se alguém quiser comprar! Manda um e-mail mieko_miyai@yahoo.com.br, não tem documentação, ela é preta com banco de couro vermelho, o guidão é aquele originalzão, tomou um tombos, mas tá nova - praticamente... beijotiau

Mieko disse...

caraco, véi. mó vontade de um temaki, sei lá, isso de temaki é bom, ainda mais quando tem maioneses! uhmmm mano, tchamo isso que importa na vida, beijotiau

Encefálico disse...

Sou sapiente e talz e pans

Anônimo disse...

Vila Madalena perigosa? Nem é =/

Anônimo disse...

hmmm temaki!!!! mto bom...
É por isso que eu amo a augusta!!! não por causa das profissionais e sim por poder encontrar todo tipo de gente.
Mto bom post Mary jane!!!

bjs

Mariana disse...

Mieko: Leis de trânsito são bobaaagens né? Louco mesmo quem te permite dirigir!
Se vc me ligasse, quem sabe poderiamos comer um temaki.
Mobilete é over, não quero.

Leo: Você é um dos meus amigos mais sapientes, o que me leva a rever minhas amizades.

Anômino: É chato isso de anônimo sabe? A Vila Madalena já foi perigosa, ainda quando tinha aquele "Batidão" era um pega pra capar de maloqueiros, Zona Leste em peso, tiro e briga de "gangueiros" adolescentes metidos a machões. Uó!

Gatinho: Pior que anônimo, é nick de site pornô, mais respeito com meu blog! rs.
Ainda bem que você não curte muito as profissionais de lá, porque é gonorréia na certa !

Anônimo disse...

Sei lá, tem algo nesse mundo de bares e ruas 'cult' que me deixam ressabiado (minha personalidade de velho) e cheio de vontade de ficar em casa e ver um filme rs

Beijo

PS, vi seu blog no da Sammia :P