4 de agosto de 2008

Sonhos

Meus sonhos me perturbam. Raramente os tenho, porém quando acontece, parece que passei a noite toda jogando buraco, ou num caça níquel de moedas infinitas, ou numa rua de luzes estupendas, daquelas tipo Los Angeles, Broadway, Hong Kong, que não sabemos para onde olhar, pois tudo parece tão interessante, mas tão superficial, que não sabemos qual será o próximo passo. Tudo regado a um bom e velho uísque, com duas pedras de gelo por favor, o que me faz acordar com uma dor de cabeça, digna de ressaca, sem ter bebido uma gota de álcool na noite anterior.
E quando há doses de bebida destilada na noite anterior, os sonhos misturam-se a realidade, e então, não sei o que foi a realidade da noite, ou a fantasia da madrugada.
Melhor apagar tudo de uma vez da mente, para não fazer confusão.
Uma dessas vezes, sonhei cinco dias com a mesma pessoa, e todos os outros dias sonhando acordada, sonhei tanto que cheguei a enjoar, a pensar que a conhecia, achava que ela me conhecia, tanto era a realidade .
Acordava sentindo que havia dormido com a pessoa, com os braços ao meu redor, o cheiro ficava em mim, a minha doce ilusão de todas as noites.
Ficava consternada diante da frieza em que me tratava a pessoa, no dia seguinte, como se quisesse dizer – Hey! Passamos a noite juntos, não lembra?
Com a aproximação, os sonhos passaram, esses sonhos, e com a proximidade de sentimentos combinados, um outro tipo de problemas noturnos, a falta do sono.
E depois que passa, a fase do peso para dormir, novamente volta-se a sentir como se estivesse do meu lado. Pelo menos em sonho, que é onde sempre ficará.
Infelizmente...
Têm alguns deles se tornam realidade. Sério. Para o bem ou para o mal.
Você acorda e diz: não será possível. E na semana seguinte encontra-se num emaranhado confuso, de tudo o que deu certo, como previsto, acabando com a surpresa, num dejavu desagradável, desconcertante, e melancólico.
Com o tempo, acostuma-se.
Não acorda mais nem chorando, nem no sobressalto.
Para mim, sonhar é sinal de algum distúrbio. Algo não está bem,um processo de surto. Eu gosto mesmo das noites escuras, sombrias, das quais eu não estou em algum lugar colorido, parecido com alguma brisa de LSD, nem vendo o meu respectivo parceiro me traindo, e nem nos braços de quem nem sequer sabe da minha existência, pessoa inexistente dos nossos sonhos.
Gosto das coisas reais.
Dos sonhos da realidade, da brisa acordada, da realidade distorcida.
Deixa-me descansar dessa vida de sonhos, pelo menos enquanto posso, ainda, distingui-lo da vida real, quando estou acordada.

4 comentários:

Anônimo disse...

Consegue me transportar pra cena, até porque, tenho momentos iguais, os sonhos infinitos de uma vida real :)

Unknown disse...

Uorra, olha o Diego aqui...hahaha esse não perde tempo mesmo, né Diego? hahahaha

O melhor comentário que eu poderia fazer sobre este texto já o fiz por msn, chorei de rir, panacona!

E manera na bebida bicht, ta ficando feia a coisa hein? hahahaha
xero na coxa

Anônimo disse...

Vc tá escrevendo melhor, com mais poesia ...
Antes também escrevia bem, mas melhorou

Anônimo disse...

A senhorita Sammia está obviamente dando risadas da minha pessoa :P hahahahhaa