30 de junho de 2008

Alaíde Costa

Domingo despretensioso, meu namorado me propõe um programa, e avisa ele : Meio de velho.
Ver Alaíde Costa no Sesc Pompéia .
Confesso, envergonhada, que não conheço muito de música brasileira, e a única vez que a vi cantar foi na TV Cultura, daquelas bem das antigonas e numa roda de samba, já velhinha, também na TV Cultura.
Chegando no recinto, a média de idade era de 100 anos. Sério.
"Eu avisei" retrucou meu namorado.
Mas não estou reclamando, acho até bonitinho!
Parênteses.
Além de deixar o carro na rua, e além de ter o incômodo dos flanelinhas, agora eles escolhem o valor a pagar, no caso, 5 reais. É cada uma!
Voltando.
No início do show, uma mini apresentação de teatro. Impressionante como hoje em dia querem enfiar teatro em tudo. Acham que fica mais cult. Daqui a pouco pra comprar pão vai ter cena de teatro ( nos Jardim, ou qualquer bairro chique, claro, pois só gente chique acha chique enfiar teatro em tudo). Enfim.
Entra a dama. Com vestido longo de noite, daqueles que não mais se vê nas cantoras atuais, cheio de brilhos, das divas que tem, impressionante, 50 e tantos anos de carreira.
E canta com a voz engraçada, de quem parece que está conversando, voz peculiar, como essa não há outra.
Quem não conhece, acha estranho no início.
E Alaíde Toma conta do palco, como só as pessoas de incrível talento conseguem, toma o palco como se lá não estivesse mais ninguém, interpretando grande canções, dando vida as palavras de Vinícius e Tom, chatos por natureza.
E canta a vida de amor sofrido, saudades e desilusões, amores fortes e esperanças.
E suas próprias composições de coisas que só mulheres são capazes de se emocionar.
De todas as idades.
E quando dá pra falar, vê - se que a senhorinha tem uma vozinha tão suaaave, tão tímida. Quando canta virá gigante.
Muito bonito.
Emocionante.
Sem lirismo barato, sem licença poética.
Como foi citado, uma das divas do mundo.
Precisamos delas, para acalentar nossas almas, e cantarem nossas dores.

PS. Não gastamos 5 reais com estacionamento na rua, pois, obviamente, o flanelinha não estava mais lá quando saímos. O carro estava, pra nossa sorte.

25 de junho de 2008

Quando a metrópole engole você

Morei toda vida em São Paulo. Permaneci toda vida em São Paulo. O mais longe que fui, Curitiba , também é uma cidade grande.
São Paulo está me engolindo.
Simples assim. Virei parte da massa cinza, apressada e arrogante que é essa cidade.
Tenho cor cinza. Apática. Cansada. Doente. Caótica.
Sempre amei São Paulo. Por sua vida agitada, por suas luzes e por suas pizzarias abertas até às 2 da manhã, mesmo numa segunda feira chuvosa.
Não quero mais. Desculpa mas não te quero mais.
Minha alma anseia a calmaria. Necessita de pessoas. Pessoas de verdade. Não pessoas apressadas, nem estranhos no metrô.
Quero ir embora daqui.
Mas São Paulo me fez medrosa.
Deu angústias, medo de mudar, medo de seguir, medo de ser sozinha, medo de não ter o que comer às 4 da manhã pós balada.
Não me deu esperanças.
Maltida cidade essa.
Cidade claustrofóbica não me deixa mais respirar.
Quero ir embora conhecer outro habitat, outros macacos, outros sotaques.
Como se alguma coisa mudasse na alma com o brilho de outra cidade.
Como se desse pra tirar o fosco da vida, e como se os problemas nunca mais voltassem.
Eu vou me embora daqui.
Pra onde? Eu sei la pra onde vou.
Vou ali tentar tirar as angústias velhas, e tentar trazer algumas novas.
Nunca tem fim não é mesmo?

24 de junho de 2008

Carta a uma Nação Cristã - o livro que estou lendo

Comecei a ler ontem esse livro de Sam Harris e recomendo a vocês. Carta a uma Nação Cristã (digo que está bem barato no submarino) na verdade não me acrescentará muita coisa. É o que eu sempre digo, e me chamam de rebelde sem causa, maluca, atoa, ou qualquer outro adjetivo do gênero. O fanatismo religioso, cristão também, faz mal. Mal não apenas para aqueles que a seguem. Faz mal ao nosso processo evolutivo, a convivência em sociedade, a ciência, ao pensamento livre etc , pelo simples dogma religioso.
Até quando acreditar em um livro que defende sim, a escravatura, a condição inferior da mulher, torturas e justiça cega?
E até quando os religiosos poderam interferir em decisões de interesse coletivo, consequentemente na vida daqueles que não levam para a vida ensinamentos de um livro retrógrado e preconceituoso.
Pensem nisso.
E LEIAM.
Questionem.
A dúvida leva a liberdade. Fato.

17 de junho de 2008

A competitividade masculina me diverte.

Eu, basicamente minha vida toda, sempre convivi mais com homens, do que com mulheres.
Sendo, então, uma conhecedora desse universo unilateral, devasso e boemio, passo algum tempo observando esses seres.
Em especial quando há algum tipo de pinga envolvida.
Sinto - me num verdedeiro Freak Show.
Misturando cachaça, mulher e algum tipo de competitividade, tipo uma partida de gol-a-gol, poker e até mesmo ping pong, isso pode virar um verdadeiro habitat para estudos científicos da pesada.
Nos remete à pré história, aos instintos de disputa, para ver quem é o mais forte, o mais ligeiro e no caso da história em questão, quem é o melhor no tênis de mesa.
E nós mulheres, instintivamente também adoramos.
Torcemos para aquele fulano no qual, insconscientemente talvez, temos uma quedinha.
Os rapazes, com o passar da evolução, perderam aquilo de voar no pescoço alheio, e cortar cabeças com machadinhas, pelo menos alguns.
Então, queridos homens pré históricos e competitivos, continuem, pois nos divertimos muito com tudo isso!
Que atire a primeira mulher que já não vivênciou a situação!

3 de junho de 2008

Carta de um homem desesperado que encontra na saudade a esperança pra continuar vivendo

Aquela carta que deixou em cima da mesa quase tirou minha vida.
Tirou meu sono, meu sorriso.
Nunca imaginei que sentiria sua falta dessa maneira, então te deixei ir.
Agora sinto saudades do seu café, quando tomo uma borra amarga que servem na padaria.
E penso nos dias que te abandonei, por causa da viagem de negócios, do happy hour e das horas extras.
Muitas vezes quis estar longe, quis minha liberdade, não dei ouvidos as suas insistentes mágoas. Achava mesmo que nossa rotina não me faria falta. E agora como sinto falta de você!
Os dias são cinzas, as horas se arrastam e passo a ficar na janela para ver se volta.
E não volta. Um mês e não volta.
Não atende o celular, sua mãe diz que não esta, vou no shopping pra ver se te encontro e fico imaginando se está com algum rapaz da metade de sua idade, um senhor rico, ou um vizinho.
Estas me deixando louco Jandira.
Peço o seu perdão, imploro de joelho, largo meu emprego para irmos para a Grécia, vamos ter aquele filho que planejávamos, passo o Natal com sua família, mas volta porque senão não tenho mais paz.
Prometo vida nova, casa nova, caso na igreja, mas volta senão prefiro não mais aguentar as noites de insônia longe de ti.
Termino essa carta com um singelo e sincero eu te amo, e peço para você voltar, traga de volta seu amor, e assim, devolva-me o brilho da minha vida.



PS. Trabalho que tive que fazer para a menina Juliana, que não consegue escrever uma simples carta de amor de regresso. CADA UMA viu?! hahahahahhahahaha

2 de junho de 2008

Por que a segunda feira tem que ser tão chata.

Segunda feira do semi inverno paulistano.
Para variar estou atrasada.
Já que não vou chegar na hora, dou - me o direito de pensar um pouco, por cinco minutos, enrolada nas cobertas.
Dia 02 de Junho.
Esse negócio de tempo me tira do sério.
Não dá pra entender.
Eu lembro que o Natal demorava uma eternidade para chegar.
Agora já é basicamente meio do ano.
Pensava que nunca ia fazer 18. Logo mais to com 24.
Isso tudo tende a agravar na segunda feira. Não sei porquê, tudo parece terrível nesse dia da semana.
Acordar atrasada, esquecer o bilhete único, estar com o cabelo uó, mau humor, tudo tudo acontece na segunda feira.
Hoje eu pensei em começar a dieta.
Mentira.
Parar de fumar.
Mentira.
Parar de falar palavrão.
A porra que vou parar.
Talvez por isso ela seja tão ruim.
Além de ficarmos a cada minuto querendo a sexta feira 6 da tarde, pensamos em começar um vida nova, na semana nova.
Nunca acontece.
O tédio do desanimo, faz parte da segunda feira.